segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O burro do cigano.





  Patolino tinha um cigano que era burro e como se não bastasse, era trubeculoso.

  O burro do cigano chegou a ser declarado um êxito e um exemplo do combate ao bacilo de Koch; por parte dos Srs. Doutores que o trataram.

  “Não é contagiável” diziam os Srs. Drs. no início quando ele andava a contaminar isto tudo.
Fila no BCG

  À cautela foi tudo fazer analises e tirar Rx, cá no quartel.


 Não houve isolamento para não provocar o pânico e à conta disso mandou uns quantos companheiros e voluntários para o estaleiro; alegadamente portadores do bacilo.

  Foram todos coagidos a tomar uma medicação agressiva e proibidos de beber. “Nem um copito à refeição”, disse o Sr.Dr. Um sádico, este médico.

  Esta medicação foi gratuita para os “doentes”, mas saiu muito cara ao Estado. Serviu para justificar e manter uns quantos “tachos” que não tinham nada que fazer antes disto acontecer. E talvez para receberem umas prendas das Farmacêuticas que fabricam estes medicamentos caros.

  O burro do cigano nunca se importou com nada e foi andando pelos cantos sempre à procura do seu pacotito, para aliviar o sofrimento.

  “Está curado da trubeculose”. Diziam eles, pouco antes de ele “bater as botas”.

  Patolino decidiu poupar algum na alimentação para ficar bem visto e ocupar o lugar de Nº1 deixado pelo Padreco; como tal decidiu começar a cortar a ração ao passarito trubeculoso.

  Resultado: aconteceu como na rábula do burro e do cigano. Quando estava curado da trubeculose, desabituado da metadona e de comer...morreu.

  Menos um cliente para a D. Dolophine (que se diz Dra. mas não pode exercer) , a dealer de metadona cá do sítio que o tinha como certo no seu leque de clientes.

  Para piorar a situação, o Patolino só deu conta no fim do dia, quando se foi gabar do êxito da sua terapia e quis registá-la no Guinness Book. Quando foram confirmar...mais uns processos.

  Lá vai o Patolino ter que trazer uns sargos veado para o Gago e para o Panaché, até conseguirem abafar a coisa.

  Frei Herlander, o espertalhão tratou logo de emanar uma Ordem Interna a sacudir a água do capote e acrescentar uns parágrafos ao Regulamento Interno.

  Diz ele que os voluntários não sabem contar passaritos, apesar de terem sido ensinados no curso.

  Quer os passaritos todos fora do ninho à hora do Conto. “De pé” escreveu ele na Ordem Interna, armado em legislador. Para verificar qualquer anomalia (estado de saúde, aspecto, verbalização). 

  Uma espécie de Iridilogia.
  Agora somos videntes.

  A Maya foi vista no Quartel e agora compreende-se porquê. Vai ministrar cursos.

  O que vale é que ninguém o levou a sério senão havia de ser bonito.  Logo pela manhã, na abertura a obrigar os passaritos a sair do ninho com o frio que está, para avaliar o estado de saúde. Era um motim certo.



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